Porque “Plástica”?
Como
podemos compreender o que são as artes plásticas? A grande maioria das pessoas
sabe que pintura e escultura fazem parte desta denominação, mas então porque
“plástica”? O pintor usa tinta sobre algum tipo de superfície, o escultor cria
formas na madeira ou na pedra, entre outros materiais. O que tem o plástico a
ver com isso?
Para
compreender estas denominações precisamos retroceder um pouco e entender o que
é arte?
A
“arte” não finda com as Artes Plásticas. Existem nove grandes expressões
artísticas: A Música, a Dança, as Artes Plásticas, As Artes Cênicas, a
Literatura, a Arquitetura, o Cinema, as Narrativas Televisivas e as Histórias
em Quadrinhos.
Por
boa parte da história, a terceira das artes representava tudo aquilo que era belo.
A palavra “arte” vem do latim Ars, que significa habilidade. O artista era o habilidoso
executor de uma função específica. Todos os exímios artífices eram artistas.
Ferreiros, sapateiros, ceramistas, pintores e escultores. Na tentativa de
distinguir estes dois últimos dos demais, se passou a denominar as pinturas e
esculturas de obras das Belas Artes. Eram
artífices do belo. E a beleza reinou por muito tempo nas artes...
O
problema começou quando estes modeladores do Belo resolveram produzir obras que
não eram nada belas ou não reproduziam o que era belo. Como chamar então
aquelas realizações de Belas Artes? Era o
início das discussões sobre a Estética na arte. O que era então Belo? Não se
podia afirmar com certeza, já que esta percepção varia de pessoa para pessoa.
“Arte”
passou a ser então as representações de sentimentos e expressões humanas
executadas sobre uma perfeição estética e técnica. Principalmente técnica. Foi
a valorização da técnica que desenvolveu grande parte dos movimentos
modernistas: não eram as representações que interessavam e sim, como eram
executadas e como se processava a intercessão entre sentimento e técnica.
A
técnica de execução do material empregado na fixação da emoção sobrepujou sua
antiga função.
E
assim que finalmente chegamos ao “plástica”.
As
“Artes Plásticas” não são nada mais que a capacidade de moldar, modificar,
reestruturar, re-significar os mais diversos materiais na tentativa de conceber
e divulgar nossos sentimentos e, principalmente, nossas idéias.
É a essência do plástico. Um material inicialmente líquido que se pode
transformar em qualquer tipo de utensílio, objeto, peça ou componente,
necessitando apenas, neste processo, da criatividade não só de conceber o
objeto em si, mas também do processo de produção deste objeto. Por isso Artes Plásticas.
E
esta arte hoje em dia não mais se circunscreve apenas a pintura e a escultura,
como também avança pelas performances, instalações, vídeo-artes, cyberartes,
grafismo, proto-arte e inúmeras outras expressões pós-modernas.
É
assim que a categoria “arte” passou a delimitar uma expressão especifica do ser
humano, afinal, existem coisas belas que não são arte mas admiramos e ainda
coisas que admiramos, não são belas e nem são arte. E o pior: coisas que não
gostamos, não são belas e são “arte”!
A
“arte” passou a ser um leque muito abrangente de produções específicas
relacionadas não mais ao sentimento da visão, mas sobretudo, as expressões
internas de significado e aos arcabouços das técnicas de execução.
Se
observarmos esta afirmação de Duchamp, quanto ao sentido da arte,
compreenderemos como a arte é vista hoje: "A arte pode ser ruim, boa ou
indiferente, mas qualquer que seja o adjetivo empregado, temos de chamá-la de
arte. A arte ruim é arte, do mesmo modo como uma emoção ruim é uma emoção".
É
isso que a arte é hoje.
Criação.
O
pleno e mais esplendoroso ato de criar intencionalmente. É desta forma que a
Arte passou a ser a intenção de fazer Arte.
Carpe Diem
Amaro Braga
Amaro Braga
Texto bem elaborado e importante entender mais sobre as artes.
ResponderExcluirObrigado Dirce pelo seu comentário!
ExcluirExcelente texto!
ResponderExcluirObrigado Oscar Baptista.
ExcluirExcelente texto...
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