“Arte abstrata” designa pinturas ou esculturas que não
imitam ou mesmo tentam representar um objeto físico, como uma casa ou um cão.
Fazê-lo seria um fracasso aos olhos do artista abstrato, que visa produzir uma
obra de arte que seja uma façanha da imaginação, em que sejamos incapazes de
reconhecer alguma coisa de nosso mudo conhecido. Por vezes ela é chamada de
“arte não figurativa”.
Você conhece
esse tipo de coisa, aqueles rabiscos e quadrados aparentemente aleatórios que
nos levam a pensar: “Uma criança de cinco anos poderia ter feito isso”. O que poderia ser o caso, mas na realidade é
muito improvável. É algo surpreendentemente difícil definir com clareza o que é
que torna essas linhas de alguma maneira diferentes daquelas que você ou eu poderíamos
desenhar, mas existe alguma coisa. Há algo relacionado à sua fluidez, ou
composição, ou forma, que leva milhões de nós às galerias de arte moderna para
ver pintores como Mark Rothko e Wassily Kandinsky. De alguma maneira eles
conseguiram arranjar suas formas e pinceladas em desenhos capazes de
estabelecer uma conexão significativa conosco, sem que saibamos como ou por
quê. A verdade é que a arte abstrata encerra certo mistério; algo que confunde
nossos cérebros racionais quando acreditamos que pinturas e esculturas precisam
contar uma história. Trata-se de uma ideia complexa que é tipicamente
expressada de maneira simples.
Fonte: Do livro "Isso é Arte?" de Wiill Gompertz.
Abstração acrílico sobre tela texturizada. Sandro José
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